"Para quem não sabe, eu sou estudante de Ciências Sociais e vejo como minha obrigação falar sobre os abusos e irregularidades que presencio. Como gosto de escrever e penso que vocês de ler, aqui vão algumas coisas que estão me deixando incomodado ultimamente e como penso que elas se relacionam com o Parkour...
Permitam-me uma breve introdução ao assunto que será tratado...
Essa é uma história que começa há muito, muito tempo, quando o primeiro homem bateu na cabeça de outro, para convencê-lo da sua posição de autoridade. À medida que foram se criando instituições que tinham o monopólio do uso legal da força (poder), houve a gerência de uma atmosfera de terror e tratamento abusivo para com a população, para um melhor controle do povo. De acordo com a Anistia Internacional, entre 1999 e 2004, as polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo mataram quase 10 mil pessoas em situações descritas como "resistência à prisão seguida de morte".
Para quem não está se movendo nas ruas, a relação disso com o Parkour deve ser nula, devem até estar achando que isto é parte da minha monografia. Serei mais claro, Como você vê o Parkour? Como a sua mãe vê o Parkour? E o seu vizinho? Não é de se espantar a ligação desse esporte com atividades criminais e vandalismo, com apenas meia dúzia de idiotas que aprenderam a subir ontem na parede, conseguimos acabar com o trabalho duro de muitos profissionais.
Agora que já aprendeu a subir um muro, por que não entrar no meio de um estádio lotado, e tentar fugir dos guardinhas gordinhos? ..."